terça-feira, 13 de julho de 2010

Festival de teatro começa com foco em produções não convencionais


Em uma época na qual os festivais de teatro nacionais não costumam arriscar nas programações e buscam mais reunir sucessos do que experimentar linguagens e antecipar vanguardas, a 10ª edição do FIT é, no mínimo, singular.

Com um manifesto radical, no qual se critica "a cultura de massas" e os "discursos hegemônicos", o festival, que se consolidou como um dos mais importantes do país, começa nesta quinta-feira, dia 15, e apresenta, durante dez dias, 33 peças nacionais e seis estrangeiras.

Segundo o dramaturgo Roberto Alvim, um dos novos curadores do evento, a programação se pautou pela escolha de diretores e grupos que vem construindo estéticas teatrais originais e singulares, recusando estratégias convencionais de criação.

Com carta branca da organização do FIT (realizado pela prefeitura de Rio Preto e pelo Sesc-SP) para bancar a proposta curatorial arriscada, Alvim diz não temer resposta negativa do público.

"A plateia deve ir desarmada, sem uma ideia preconcebida do que vai ver", diz. "E a experiência humana não tem graça sem que a gente esteja aberto para dialogar com o desconhecido".

Nesse sentido, a tentativa do festival é também de apontar caminhos para a produção teatral no futuro. Se destaca, aí, a presença do americano Richard Maxwell (com a New York City Players), considerado um dos mais radicais e inventivos dramaturgos da atualidade.

Por fim, o panorama traçado por Alvim deixa no ar a expectativa de como repercutirá o novo projeto do FIT.

"Muitas dessas peças tiveram pouca reverberação e foram pouco compreendidas quando em cartaz. Reuni-las juntas no festival talvez constitua uma espécie de barril de pólvora, no sentido intelectual e estético, cuja explosão nos só vamos ver lá."

FONTE: FOLHA ONLINE (MARCOS GRINSPUM FERRAZ -
DE SÃO PAULO)

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