segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O TEATRO NÃO MORREU

Recentemente a cidade de Jales pode conferir diversos espetáculos teatrais no Festival de Teatro 2010. Crianças vieram de várias escolas da região para assistir.

Na última sexta-feira, dia 17, resolvi chegar com antecedência para acompanhar o espetáculo “A farsa do mestre Pathelin”. Entrei pelos fundos do teatro para ver os bastidores, observar cada integrante do elenco fazendo a maquiagem e aquecendo o corpo e a voz. Vi a produtora apressando o elenco e os diretores cuidando dos retoques finais da iluminação, certificando-se de que tudo estaria perfeito para o espetáculo.

Na parte de fora, crianças já esperavam ansiosos na porta entre o saguão e a platéia. E quando esta mesma porta se abriu, minutos antes do horário de início da peça, reparei nos rostos das delas entrando contentes e procurando o melhor lugar para se instalarem. Sentada na primeira fileira à direita do corredor, reparei nelas inquietas descobrindo com curiosidade todo o ambiente.

Os atores entraram pelos fundos, surpreendendo os mais distraídos, cantando canções populares que deram lugar a imaginação e a interação dos alunos espectadores que batiam palmas para acompanhar. Mas foi em cima do palco que eles mostraram seu talento. Observei gestos e expressões na medida certa, o prazer de estarem pisando naquele ambiente mágico até mesmo para eles que já tem uma rotina de trabalho naquele mesmo espaço.

O figurino colorido e o cenário discreto deram suavidade a uma história divertidíssima e tão atual, tratando de golpes, mentiras e principalmente de corrupção, que me fez refletir as corrupções maquiavélicas de políticos, e de todos os escândalos sujos envolvidos nas campanhas desta eleição.

Mas para as mentes das pequenas crianças tudo não passava de atrapalhadas em que no final cada personagem recebia o castigo que merecia pelas próprias trapaças, deixando a importante lição de que pelo menos no mundo divertido do espetáculo infanto-juvenil nada fica impune pela própria força do destino que se encarrega de fazer justiça, já que o tribunal da história também era falho.

Não poderia concluir sem dizer que pude constatar e afirmar, principalmente para os amantes da tecnologia com pouca simpatia pela cultura teatral, que o teatro não morreu diante de tantos atrativos tecnológicos, pois no rosto daquelas crianças, nas gargalhadas durante o espetáculo e também no entusiasmo que bateram palmas ao final dele, pude enxergar, que naquele momento, elas estavam presentes de corpo e alma, porque gostavam de estar ali vendo aquela peça.

Vale a pena assistir "A farsa do Mestre Pathelin".

Viviane Fernandes

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